foto, josé
como não ver o túnel interior
onde estamos onde íamos
de braço dado
e ao longe no horizonte
num ritual sombrio
já era noite no olhar
recordo a terra molhada
as primeiras chuvas de setembro
e nos nomes que dizíamos
era um fogo que em cinzas se desdizia
não me apetece ainda
dizer que morri
vou no banco de trás de um táxi
e oiço na rádio a tua voz
e as minhas mãos assustam-se
paradas na dureza do banco
debruçado
abro a janela
para que a chuva entre
e me lembre no meu rosto
o toque breve do teu
2018, josé
música
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