vestígios de um escultor enlouquecido
às 3 da manhã de um sol da meia noite
cá do eu muito de mim
antes e depois
Raoul Hausmann - Oiseautal (1919)
https://youtu.be/83hGHjqVMrk
fui
subi
foi
aonde
também tu
ah, brutus
alminha delicada
vem e vai
oi oi oi
é já agora
todos vamos
du ui ui
dói brrrrrr
respira
diz o que tens a dizer
vá berra
usa os lábios
põe baton nos olhos
e já agora
cora minha linda
vasodilata as ideias
ih, xô jumento
e os pássaros
já não há gaiola
ri uhhhhhhhh
ioga do tempo
posição raja
cobra enrolada
chacra nº1666
porta andar 2º
e o rio a passar
escreve mas devagar
estás a ir muito depressa
lá vem o polícia
excesso de velocidade das palavras
multa
apreensão da carta do pensamento
o senhor está bêbado quem eu
a garrafa é que está babada
bebeu tudo
multe a garrafa
pronto vá na paz
e leve a guerra para outra prateleira
eh pá, diga de uma vez por todas
piu piu piu
oi lá vem você
quer ver
está com cócegas nos pés
ou na cabeça
hoje já beijei uma galáxia
m 21
e a boca de uma sanguessuga
chiça
piu piu
declaro que o pássaro está morto
e eu também
certidão de óbito nº 8
deitada para o infinito
numa pirueta integral
com nota artística 8
já disse chiça
pronto
o morto fugiu
levou o pássaro na boca
correcção de última hora
a boca no pássaro
se virem uma boca a voar
é a minha
com asas feitas de palavras
e papel à arder
pronto
prisão perpétua
para os dicionários
e livros vários
avariados por dentro e por fora
atenção lá vem
o dos símbolos
simbolicamente
à procura de ti
quem também ele?
vem a cavalo no rocinante
e escreve lancinantes palavras
possuído pelo espírito do guénon
é o transe do aleph
cardinal 21-
o quê já leu o Borges!?
é um iletrado-
portanto é transar com o aleph
ir finitamente no transfinito
até à estação terminal
do final-mente
derradeira verdade
mentalmente mentida
e metida a preceito
psiquiaricamente
(chamem o corrector!)
numa camisa de varas
varões e varetas assinalados
por um guarda chuva
na sua epopeia de luta
corpo a corpo mente a mente
com com o ciclone
ciclicamente clonado ad nauseam
pronto desapareceu o dos símbolos
teletransportado num tapete
cheio de gatos persas
miau miau miau
tudo isto o som de universo por criar
mais uma vez
os fios ficaram desligados
e só sabemos
que ele dorme na cama
chiu, isso não era para ser dito!
ah , desculpem
distraí-me disse-traí-me
estava a ver as fotografias das flores
a banheira transbordou
e temos o Marat
um pouco marado um pouco assassinado
a Cordélia de cordel e camélia
alguém disse camélia
mais uma fotografia
e o Ar-Que-Medes, quem, qui?
densamente nu
na sua nudez descoberta
eu-re-mi-ca, dó,
reca, reca, rica, rica descoberta
todo o solfejo
ah, não é o solfejo!?
notícia de última bilionésima de segundo
não é solfejo
é solfeijão
esse momento astronómico
na astrologia simbólica
em que o sol se junta ao feijão
frade e todos os outros
somos todos frades irmãos
não há discriminação
por fim
o coveiro
que abre covas
o que esperavam
e enterra palavras
e o que todos nós sabemos
filosofa na taberna
e de camisa de alças
as botas descalça
dorme ao contrário
com os pés para a cova
e constipado
declama o requiem
de um tal não sei quem
a requisito de quem lhe faz bem
o resto são os bouquets
quê quê
caquéticos
de fotografias de caqui
na arte carnívora do
macrobioticamente devorar
a voraz beleza no kit kitsch
de um crocodilo a comer flores-
meus amigos crocodilos
eu choro lágrimas, das vossas, por vocês
tantas flores para comer
tanta fotografia
nas partes íntimas
ele é ginoceu ele é androceu
estou sem fôlego
vem aí o revolucionário a arder
cada mensagem é um cocktail molotov
muito fier da sua aristocracia revolucionária
da famosa família kropotkin
é o carteiro da revolução
vive num planalto
parecido a um planabaixo
e tropeça na escada sem degraus
e pronto
piu piu
a gaiola voou
e o pássaro desesperou
kiki mont parnasse
que é biciclista
e rema nos bíceps das palavras
estou farto de poetas
sensíveis e sensaborões
pintores e artistas geniais
que escondem os genitais
e merda para toda a lucidez do mundo
caro Pessoa, com amizade
heterónimo de mim mesmo
sem outro nome
que o nome vazio
de todos os nomes
2018 ou 8102
da era muito errante
josé
antes e depois
Raoul Hausmann - Oiseautal (1919)
https://youtu.be/83hGHjqVMrk
às 3 da manhã de um sol da meia noite
cá do eu muito de mim
antes e depois
Raoul Hausmann - Oiseautal (1919)
https://youtu.be/83hGHjqVMrk
fui
subi
foi
aonde
também tu
ah, brutus
alminha delicada
vem e vai
oi oi oi
é já agora
todos vamos
du ui ui
dói brrrrrr
respira
diz o que tens a dizer
vá berra
usa os lábios
põe baton nos olhos
e já agora
cora minha linda
vasodilata as ideias
ih, xô jumento
e os pássaros
já não há gaiola
ri uhhhhhhhh
ioga do tempo
posição raja
cobra enrolada
chacra nº1666
porta andar 2º
e o rio a passar
escreve mas devagar
estás a ir muito depressa
lá vem o polícia
excesso de velocidade das palavras
multa
apreensão da carta do pensamento
o senhor está bêbado quem eu
a garrafa é que está babada
bebeu tudo
multe a garrafa
pronto vá na paz
e leve a guerra para outra prateleira
eh pá, diga de uma vez por todas
piu piu piu
oi lá vem você
quer ver
está com cócegas nos pés
ou na cabeça
hoje já beijei uma galáxia
m 21
e a boca de uma sanguessuga
chiça
piu piu
declaro que o pássaro está morto
e eu também
certidão de óbito nº 8
deitada para o infinito
numa pirueta integral
com nota artística 8
já disse chiça
pronto
o morto fugiu
levou o pássaro na boca
correcção de última hora
a boca no pássaro
se virem uma boca a voar
é a minha
com asas feitas de palavras
e papel à arder
pronto
prisão perpétua
para os dicionários
e livros vários
avariados por dentro e por fora
atenção lá vem
o dos símbolos
simbolicamente
à procura de ti
quem também ele?
vem a cavalo no rocinante
e escreve lancinantes palavras
possuído pelo espírito do guénon
é o transe do aleph
cardinal 21-
o quê já leu o Borges!?
é um iletrado-
portanto é transar com o aleph
ir finitamente no transfinito
até à estação terminal
do final-mente
derradeira verdade
mentalmente mentida
e metida a preceito
psiquiaricamente
(chamem o corrector!)
numa camisa de varas
varões e varetas assinalados
por um guarda chuva
na sua epopeia de luta
corpo a corpo mente a mente
com com o ciclone
ciclicamente clonado ad nauseam
pronto desapareceu o dos símbolos
teletransportado num tapete
cheio de gatos persas
miau miau miau
tudo isto o som de universo por criar
mais uma vez
os fios ficaram desligados
e só sabemos
que ele dorme na cama
chiu, isso não era para ser dito!
ah , desculpem
distraí-me disse-traí-me
estava a ver as fotografias das flores
a banheira transbordou
e temos o Marat
um pouco marado um pouco assassinado
a Cordélia de cordel e camélia
alguém disse camélia
mais uma fotografia
e o Ar-Que-Medes, quem, qui?
densamente nu
na sua nudez descoberta
eu-re-mi-ca, dó,
reca, reca, rica, rica descoberta
todo o solfejo
ah, não é o solfejo!?
notícia de última bilionésima de segundo
não é solfejo
é solfeijão
esse momento astronómico
na astrologia simbólica
em que o sol se junta ao feijão
frade e todos os outros
somos todos frades irmãos
não há discriminação
por fim
o coveiro
que abre covas
o que esperavam
e enterra palavras
e o que todos nós sabemos
filosofa na taberna
e de camisa de alças
as botas descalça
dorme ao contrário
com os pés para a cova
e constipado
declama o requiem
de um tal não sei quem
a requisito de quem lhe faz bem
o resto são os bouquets
quê quê
caquéticos
de fotografias de caqui
na arte carnívora do
macrobioticamente devorar
a voraz beleza no kit kitsch
de um crocodilo a comer flores-
meus amigos crocodilos
eu choro lágrimas, das vossas, por vocês
tantas flores para comer
tanta fotografia
nas partes íntimas
ele é ginoceu ele é androceu
estou sem fôlego
vem aí o revolucionário a arder
cada mensagem é um cocktail molotov
muito fier da sua aristocracia revolucionária
da famosa família kropotkin
é o carteiro da revolução
vive num planalto
parecido a um planabaixo
e tropeça na escada sem degraus
e pronto
piu piu
a gaiola voou
e o pássaro desesperou
kiki mont parnasse
que é biciclista
e rema nos bíceps das palavras
estou farto de poetas
sensíveis e sensaborões
pintores e artistas geniais
que escondem os genitais
e merda para toda a lucidez do mundo
caro Pessoa, com amizade
heterónimo de mim mesmo
sem outro nome
que o nome vazio
de todos os nomes
2018 ou 8102
da era muito errante
josé
antes e depois
Raoul Hausmann - Oiseautal (1919)
https://youtu.be/83hGHjqVMrk
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