foto
2016, j
a duas das mais bonitas pessoas que encontrei até agora
e que me mostraram o que sou
josé
sei que outros dirão
a lucidez cortante das palavras
e terão lâminas afiadas
em pedras de amolar
com que esmagam os dedos
sei que outros matarão
para conhecer as entranhas das noites
e procurarão como harúspices sombrios
vestígios de sonhos imolados
e cantarão corpos esquartejados
sei que outros virão
e escreverão nas paredes
catecismos monstruosos
e exaltarão o ferro e o aço
na metalurgia da destruição
sei que outros conhecerão
a maldição do sangue
de terem a ressureição
à porta de casa
e dirão o êxtase
de todas as línguas
e serão arcanjos implacáveis
condutores de gruas
de almas pequeninas e nuas
sei que outros me dirão
o tempo virá
e as próprias estrelas
morrerão envenenadas
e porás uma toalha
para a refeição final
sei que outros
isto tudo me dirão
e no meu casaco coçado
saudarei em rixas de taberna
todos os vadios
e como ladrão
entrarei furtivamente
no sono de quem me escuta
sem nada lamentar
fecho a casa-
escusam de bater
posso perfeitamente ficar sozinho
o arraial da festa é mais além
aqui só entram os das bandeiras negras
porque pensar é saquear
e neste circo como em todos
para satisfazer a gula de espectáculo de alguns
há escravos e animais prontos a morrer
escrevo em teclas
de trabalho explorado-
do outro lado do ecrã
a fotografia é outra
e há quem durma cansado
excluído e explorado
para que eu exponha
a porcaria do que pinto e escrevo
ergamos a taça
o mundial não é de futebol
é de cabeças decapitadas
como no futebol dos maias
2018, j
música
Antonio Gades Cristina Hoyos
https://youtu.be/pTVqfCPq_CE
2016, j
a duas das mais bonitas pessoas que encontrei até agora
e que me mostraram o que sou
josé
sei que outros dirão
a lucidez cortante das palavras
e terão lâminas afiadas
em pedras de amolar
com que esmagam os dedos
sei que outros matarão
para conhecer as entranhas das noites
e procurarão como harúspices sombrios
vestígios de sonhos imolados
e cantarão corpos esquartejados
sei que outros virão
e escreverão nas paredes
catecismos monstruosos
e exaltarão o ferro e o aço
na metalurgia da destruição
sei que outros conhecerão
a maldição do sangue
de terem a ressureição
à porta de casa
e dirão o êxtase
de todas as línguas
e serão arcanjos implacáveis
condutores de gruas
de almas pequeninas e nuas
sei que outros me dirão
o tempo virá
e as próprias estrelas
morrerão envenenadas
e porás uma toalha
para a refeição final
sei que outros
isto tudo me dirão
e no meu casaco coçado
saudarei em rixas de taberna
todos os vadios
e como ladrão
entrarei furtivamente
no sono de quem me escuta
sem nada lamentar
fecho a casa-
escusam de bater
posso perfeitamente ficar sozinho
o arraial da festa é mais além
aqui só entram os das bandeiras negras
porque pensar é saquear
e neste circo como em todos
para satisfazer a gula de espectáculo de alguns
há escravos e animais prontos a morrer
escrevo em teclas
de trabalho explorado-
do outro lado do ecrã
a fotografia é outra
e há quem durma cansado
excluído e explorado
para que eu exponha
a porcaria do que pinto e escrevo
ergamos a taça
o mundial não é de futebol
é de cabeças decapitadas
como no futebol dos maias
2018, j
música
Antonio Gades Cristina Hoyos
https://youtu.be/pTVqfCPq_CE
Sem comentários:
Enviar um comentário